Religioso em seminário em SP constata falta de assistência, uso de mão de obra barata e invisibilidade de pessoas em situação de rua.
O pastor Júlio Lancellotti fez uma reflexão contundente hoje (8) acerca da escassez de suporte para a população em situação de rua e a vulnerabilidade desses indivíduos. Em sua posição de vigário episcopal dedicado à Pastoral do Povo de Rua da Arquidiocese de São Paulo, ele destacou a negligência enfrentada pelos moradores de rua e a urgência de políticas mais eficazes para garantir seu bem-estar.
É crucial sensibilizar a sociedade para a realidade enfrentada pela população em situação de rua e promover a solidariedade em relação a essas pessoas. Investir em abrigos e programas de reintegração social é fundamental para oferecer apoio digno aos moradores de rua e combater a exclusão social. A conscientização sobre a importância de respeitar e acolher a população em situação de rua é um passo essencial para construir uma sociedade mais justa e inclusiva.
Desafios da População em Situação de Rua
Ao passear pelo Brás, é possível observar quem realiza as tarefas árduas de carregar e descarregar os contêineres, quem se encarrega dos fardos de tecidos – é a população em situação de rua, frequentemente invisibilizada e explorada nesse cenário. Essa realidade foi destacada de forma contundente em um seminário recente intitulado ‘Repense e Reconstrua’, promovido pela Fundação Getulio Vargas (FGV) Direito SP, pela Comissão Arns e pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), com o intuito de discutir os direitos das pessoas em situação de rua.
O padre que participou do evento enfatizou a necessidade de oferecer assistência adequada a essa parcela da sociedade, alertando contra a transformação dos menos favorecidos em meros ‘clientes domesticados’, simples cifras em projetos pontuais. Ele ressaltou a importância de se estabelecer programas de longo prazo, que transcendam os interesses momentâneos de cada governo e se consolidem como políticas de Estado consistentes, com metas claras, abrangendo diversidade, diálogo e flexibilidade.
Ao falar sobre a relação entre a população em situação de rua e a especulação imobiliária nas metrópoles, o padre apontou como essa dinâmica amplia a vulnerabilidade dessas pessoas, tornando-as ainda mais marginalizadas. Com mais de 40 anos de experiência no trabalho com moradores de rua, o padre Júlio, aos 75 anos, segue firme em sua missão de apoiar e defender esses indivíduos.
Ele também é o responsável pela paróquia de São Miguel Arcanjo, na Mooca, desde 1986, ano em que iniciou seu engajamento nos movimentos sociais locais. Recentemente, suas ações sociais foram questionadas pelo vereador Rubinho Nunes (União Brasil), que tentou abrir uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar o trabalho do religioso. Até o momento, as tentativas de instaurar as CPIs não obtiveram êxito, evidenciando a relevância do trabalho desenvolvido pelo padre Júlio em prol da população em situação de rua.
Fonte: @ Agencia Brasil
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