A estatal líder do mercado de ações enfrenta desafios devido a ingerência política, conflitos de interesses e distribuição de dividendos.
O retorno de Pietro Mendes à presidência do conselho de administração da Petrobras (PETR3; PETR4) levantou um sinal de alerta na empresa. É crucial que a petrolífera, como uma organização de capital misto, mantenha práticas eficazes de governança para garantir sua independência e eficiência em suas operações.
A governança é essencial para orientar as ações e decisões dos líderes da empresa, assegurando transparência e responsabilidade em todos os níveis. Uma boa gestão dos processos internos e externos é fundamental para fortalecer a credibilidade da companhia e promover um ambiente de negócios sólido e ético. Portanto, é vital que a Petrobras mantenha um compromisso contínuo com a excelência em governança e gestão para sustentar seu crescimento e valor no mercado.
Governança em Destaque: Desafios e Reflexões na Petrobras
Mendes, mesmo não tendo sido eleito a partir de uma lista tríplice, conforme prevê o estatuto da petroleira, viu sua escolha envolta em polêmica de conflito de interesses – ele lidera a Secretaria de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis no Ministério de Minas e Energia, órgão ao qual a Petrobras é subordinada. Apesar de ter sido inicialmente impedido de assumir o conselho da empresa, Mendes recuperou seu cargo por decisão judicial.
Antes desse episódio, a Petrobras passou por momentos de instabilidade devido a debates sobre a política de distribuição de dividendos e a permanência de Jean Paul Prates como CEO, com declarações contraditórias de autoridades ligadas ao governo, que detém o controle da companhia. Francisco Petros, conselheiro independente da Petrobras, alerta para o risco de ingerência política que pode impactar a empresa. Ele enfatiza a importância de fortalecer as regras e os órgãos de fiscalização em empresas de economia mista.
Petros destaca que o Brasil possui normas de governança adequadas, mas ressalta a necessidade de uma atuação mais efetiva na fiscalização por parte do Estado para proteger as empresas estatais. Ele questiona a proposta de retenção dos dividendos da Petrobras pelo governo, argumentando a favor da utilização dos recursos gerados pela empresa em prol do interesse público.
Outro conselheiro, que prefere manter sua identidade anônima, expressa seu desconforto com a situação atual. Ele critica a persistência na indicação de nomes controversos para o conselho da Petrobras e atribui a confusão existente ao problema inicial. Além de Mendes, Sergio Rezende também teve sua nomeação contestada devido a sua filiação partidária e participação ativa no PSB, o que não está em conformidade com as regras estatutárias da empresa.
A governança da Petrobras está sendo posta à prova, e analistas apontam que a aplicação rigorosa da Lei das Estatais poderia ter contribuído para evitar essas controvérsias. A legislação visa impedir indicações políticas, e o estatuto revisado durante o governo Temer trouxe benefícios nesse sentido. No entanto, o cumprimento integral dessas normas poderia ter evitado os atritos atuais e fortalecido a governança da companhia.
Fonte: @ Info Money
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