30% dos pré-candidatos a prefeituras que buscam a reeleição em outubro têm acesso a recursos de fundos, segundo Ipespe Analítica.
Entre os 76 pré-candidatos a prefeituras mais competitivos nas 26 capitais nas eleições de 2024, 17 decidiram migrar de partido durante a janela partidária, tudo de acordo com um levantamento realizado pelo Ipespe Analítica e destacado na publicação recente do Índice CNN. A movimentação partidária é uma estratégia comum no cenário político brasileiro em períodos próximos às eleições, trazendo mudanças significativas para a disputa eleitoral.
Embora 22% dos pré-candidatos tenham optado por mudar de partido durante esse período, é importante destacar que a janela partidária geralmente é mais movimentada no âmbito dos legisladores, como vereadores, enquanto os postulantes a cargos majoritários, como prefeitos e vices, têm maior liberdade nesse processo. Neste cenário de intensas trocas partidárias, as diferentes agremiações buscam consolidar suas estratégias para as eleições vindouras, moldando o panorama político local de maneira relevante.
Resiliência dos Partidos na Política Brasileira
A recente multa aplicada a Boulos, no valor de R$ 53 mil, por divulgação irregular de pesquisa, trouxe à tona novamente a dinâmica dos partidos políticos no Brasil. Nunes, por sua vez, negou ter qualquer ligação com uma suposta ‘empresa do PCC’, enquanto Boulos exigiu explicações do prefeito. Enquanto isso, Bolsonaro declarou apoio à pré-candidatura do irmão de Gilmar Mendes em Mato Grosso.
De acordo com o sociólogo e cientista político Antonio Lavareda, a falta de ‘enraizamento’ dos partidos na sociedade é notável. Muitos pré-candidatos a prefeituras e outros cargos majoritários trocam de legendas em busca de agremiações mais competitivas, visando acesso a recursos de fundos, tanto partidários quanto eleitorais.
A possibilidade de obter acesso facilitado a ministérios em Brasília, com correligionários ocupando postos estratégicos, também motiva essas mudanças partidárias. Além disso, a relação mais estreita com os governos estaduais dos municípios em questão é outro fator determinante nessa movimentação política.
Para Lavareda, essa lógica é prejudicial para a democracia brasileira. A maioria da bancada do PSDB em São Paulo migrou para Nunes durante a janela partidária, impactando diretamente a eleição municipal na capital paulista. A possível ausência de uma candidatura própria do PSDB em São Paulo seria inédita, sinalizando as dificuldades enfrentadas pelo partido nesse momento crucial.
Essa situação é significativa, especialmente em São Paulo, considerada o epicentro político do país e fundamental para a história do PSDB. A movimentação de vereadores e políticos entre partidos reflete não apenas estratégias pessoais, mas também a fragilidade do sistema partidário brasileiro, onde as mudanças são frequentes e nem sempre motivadas por princípios ideológicos.
Fonte: @ CNN Brasil
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