Plano aprovado reduzirá dívida financeira em 70% com descontos, parcelamentos de saldos devedores e venda de ativos.
A Oi teve seu plano de recuperação judicial aprovado pelos credores, visando resolver uma dívida significativa de R$ 44,3 bilhões. A maior parte dos credores quirografários, responsáveis por 56,15% do valor da dívida, apoiaram a proposta, garantindo uma importante etapa no processo de reestruturação da empresa.
Esse plano para reestruturação demonstra um ponto crucial para a Oi, que busca uma recuperação financeira sólida e eficaz. Com o respaldo da maioria dos credores, a companhia tem a oportunidade de estabelecer uma nova trajetória e superar os desafios presentes, mostrando uma perspectiva positiva para o futuro.
Plano de Recuperação Judicial Aprovado Após Intensa Assembleia de Credores
O desfecho positivo do plano de recuperação judicial da Oi veio à tona após quase 14 horas de uma assembleia geral de credores extenuante, que se estendeu das 14h de quinta-feira, 18, até as 4h da madrugada de sexta-feira, 19, em um hotel na zona oeste do Rio. A empresa apresentou a nova versão do plano de recuperação financeira no meio-dia de quinta-feira, anexando ao longo do dia 32 documentos que sustentaram a proposta contando com o suporte ao processo. Foram realizadas seis interrupções nas sessões para permitir que os credores analisassem cuidadosamente os dados, e, apesar do ritmo lento, não houve conflitos durante o encontro.
A essência do plano envolve a injeção de recursos na Oi para manter suas operações até a concretização da venda de ativos. Foi acordado um novo financiamento de até US$ 655 milhões, equivalente a cerca de R$ 3,4 bilhões no câmbio atual. Desse montante, os credores financeiros vão aportar US$ 505 milhões, enquanto a empresa de infraestrutura de telecomunicações V.tal, vinculada ao BTG Pactual, contribuirá com US$ 100 milhões a US$ 150 milhões. A previsão é que os recursos sejam disponibilizados até 15 de julho na empresa, com quitação em 2027.
Os credores concordaram em adiantar parte desse total por meio de um empréstimo-ponte, elevando o valor a US$ 135,8 milhões. Em troca, a Oi ofereceu um amplo pacote de garantias, incluindo participação minoritária na V.tal, a unidade de banda larga Oi Fibra, recursos líquidos provenientes de uma arbitragem contra a Anatel estimados em R$ 60 bilhões, imóveis selecionados e equipamentos operacionais.
O plano aprovado resultará numa redução de aproximadamente 70% da dívida financeira da companhia, por meio de descontos e parcelamentos de saldos devedores a longo prazo. Além disso, está prevista a conversão de dívidas em capital social, o que acarretará na diluição dos atuais acionistas em 80%, como proposto. De acordo com Thalles Paixão, diretor jurídico da Oi, a empresa terá um endividamento consideravelmente menor, proporcionando uma estrutura de qualidade, onde os acionistas manterão uma participação de 20% na empresa.
Venda de Ativos e Estratégias de Recuperação Financeira
Uma estratégia crucial do plano é a comercialização de ativos avaliados em mais de R$ 15 bilhões para reduzir as dívidas. Entre os ativos disponíveis para venda estão a Oi Fibra e a participação na V.tal, junto com imóveis localizados em diversas regiões do país. Em ações passadas, a Oi já se desfez de sua divisão de internet móvel, da infraestrutura de redes de fibra ótica, além de imóveis e torres. Após essa nova rodada de liquidação, restarão na empresa essencialmente a divisão de internet e TI para empresas, conhecida como Oi Soluções, juntamente com empresas subsidiárias de call center e serviços de manutenção em campo.
Atualmente, a venda da Oi Fibra é vista como a mais adiantada, com processos de recebimento de propostas em andamento. O plano busca arrecadar R$ 7,3 bilhões com esse ativo, mas há flexibilidade para aceitar valores menores ou até mesmo a transferência de ativos como forma de pagamento. Embora o plano elaborado pela Oi não tenha recebido apoio unânime entre todos os credores, o suporte ao processo foi notável, principalmente vindo de credores financeiros e fornecedores, como empresas de torres.
Fonte: @ Mercado e Consumo
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