Novo estatuto promete atenção integral a idosos com demências, liderados por sociedade civil e comissão interministerial. Política Nacional de Cuidados Completos, diagnósticos e tratamentos, apoio aos cuidadores não-profissionais. Diretrizes, propostas e Plano Nacional. Organizações mundiais de saúde apoiam nova etapa de cuidados para idosos subnotificados.
O Plano Nacional de Cuidado Integral às Pessoas com Doença de Alzheimer e Outras Demências foi aprovado pelo Congresso Nacional, estabelecendo o compromisso do Brasil em formar uma comissão interministerial. Essa comissão será composta por líderes da sociedade civil e especialistas, com o objetivo de elaborar um Estatuto que assegure cuidado e atenção completos para os indivíduos com demência e seus familiares.
Além disso, o Plano Nacional visa garantir que nenhum indivíduo com demência fique desamparado, promovendo a inclusão e o respeito aos direitos dessas pessoas. A legislação representa um avanço significativo na promoção da qualidade de vida para os pacientes com demência, reforçando a importância do cuidado integral e da atenção especializada.
Plano Nacional de Demências: Avanços e Compromissos
Agora, o projeto segue para a sanção do presidente Lula. É fundamental destacar que a iniciativa surgiu de uma mobilização da ABRAz (Associação Brasileira de Alzheimer), Febraz (Federação Brasileira das Associações de Alzheimer) e de outras entidades que defendem os direitos das pessoas com demências ou impactadas por elas. A inclusão desse projeto na agenda prioritária demonstra um comprometimento dos legisladores com a saúde e o bem-estar dessa população.
A população idosa, que atualmente corresponde a 1,7 milhão de pessoas (5,8%) com 60 anos ou mais, diagnosticadas com algum tipo de demência, incluindo a doença de Alzheimer, conforme o estudo da Brazilian Longitudinal Study of Aging (ELSI-Brazil), será beneficiada com a nova legislação. A lei não apenas aprimora a diagnose e o tratamento, mas também reforça o suporte aos cuidadores não profissionais, essenciais no contexto de saúde atual, como ressalta a geriatra e presidente da ABRAz, Celene Pinheiro.
Os próximos passos envolvem a execução prática das diretrizes propostas. Espera-se que o Brasil inicie 2025 com um Plano Nacional de Demências implementado, marcando assim uma nova etapa nos cuidados das pessoas que convivem com essas condições cognitivas. Até 2050, estima-se que o país deva atingir 6 milhões de pessoas afetadas, considerando o envelhecimento da população e as subnotificações existentes.
Celene Pinheiro destaca a importância de diagnosticar as demências em estágios iniciais para que as intervenções disponíveis sejam eficazes e permitam um planejamento adequado para o futuro. A ABRAz ressalta o compromisso do Brasil com a Organização Mundial de Saúde (OMS) para a elaboração do Plano Nacional de Demência até 2025.
É crucial reconhecer que as demências não devem ser negligenciadas, pois não se tratam de condições raras, mas sim de um desafio de saúde pública que requer atenção especial. A nova legislação contribuirá para a incorporação de tecnologias inovadoras no diagnóstico e tratamento da Doença de Alzheimer, além de facilitar a criação de uma política pública consistente e participativa, independente de mudanças de governo e com financiamento específico.
O suporte aos cuidadores, a voz das pessoas com demência e seus familiares, e a melhoria da assistência às pessoas idosas carentes em Instituições de Longa Permanência (ILPI) pelo Sistema Único de Assistência Social (SUAS) por meio de programas de amparo são aspectos fundamentais abordados nesse contexto de avanços e compromissos do Plano Nacional de Demências.
Fonte: @ Veja Abril
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