É tendência futura a regra de independência de órgãos monetários em suas atuações descontinuadas? Presidente da CMN enfrenta confronto sobre meta de inflação, desafia IS-LM modelo.
Nos últimos dias, surgiram discussões acaloradas sobre a atuação dos bancos-centrais, com destaque para a notícia publicada no WSJ, que ressaltou que assessores econômicos de Donald Trump planejam propor alterações na regra de independência do FED. A postura crítica em relação aos bancos-centrais tem gerado debates intensos sobre a autonomia dessas instituições e seu papel na economia.
Além disso, a proposta de modificar a independência do FED levanta questionamentos sobre o impacto que tais alterações poderiam ter no cenário econômico global, evidenciando a importância do equilíbrio entre o poder político e a autonomia dos bancos-centrais. É fundamental manter a credibilidade e a estabilidade dos bancos-centrais para garantir a eficácia de suas ações e a confiança dos mercados. A independência dos bancos-centrais é um pilar fundamental da política monetária e deve ser preservada para assegurar a solidez do sistema financeiro.
Reflexões sobre a Importância e Críticas aos Bancos Centrais
Segundo a reportagem mencionada, há um debate em torno do papel dos bancos-centrais; no contexto político e econômico. Alguns argumentam que o presidente da nação deveria ter palavras a dizer sobre as decisões de juros e até mesmo poder afastar o presidente do BC, algo que tem sido discutido ao longo das décadas, embora nunca posto em prática.
Tenho me deparado com mais frequência com sugestões de que os central-bancos; estão perdendo relevância e que talvez seja hora de repensar o papel e as atuações dessas instituições, ou até mesmo considerar sua descontinuidade. Será que essa é a direção que os central-bancos; estão tomando?
Essa conversa toda suscita a questão principal: por que os bancos-centrais; são alvo de críticas por parte dos políticos? Recentemente, a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, fez críticas mais uma vez a Roberto Campos Neto, algo que o presidente Lula da Silva tem feito regularmente. E não para por aí: o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, mencionou que é desafiador lidar com um presidente do BC que não foi escolhido por ele.
Porém, Haddad também enfrenta suas próprias dificuldades. Em um evento com o presidente, foi aconselhado a ler menos e conversar mais para ser mais eficaz. No entanto, poucos dias depois, Lula elogiou sua equipe, sugerindo até que mereciam o prêmio Nobel de Economia. Então, em quem devemos realmente focar: no ministro que precisa se afastar dos livros ou no que poderia ser laureado?
Considero crucial analisar a opinião recente do diretor de política monetária do nosso BC, Gabriel Galípolo (indicado por Lula), ao defender que a meta de inflação é um guia para o Copom seguir. Ele argumentou que o presidente da autoridade monetária não deveria fazer parte do CMN, o órgão responsável por definir a meta no Brasil.
Galípolo tem sido cogitado como um possível substituto de Campos Neto. No entanto, após essas declarações, sua posição terá sido enfraquecida?
Para abordar a questão principal do artigo, vou recorrer a uma analogia que costumo usar com meus alunos, comparando o bancos-centrais; a um goleiro e um médico da equipe. Sua função é proteger a moeda e, se necessário, agir contra a inflação.
O desafio surge quando o governo, representado pelos atacantes, deseja marcar gols, ou seja, gastar. É nesse cenário que ocorre o ‘confronto’, especialmente em economias com baixo potencial de crescimento.
Como educador que sou, aficionado por livros, vou expandir essa ideia usando o modelo IS-LM, uma ferramenta macroeconômica clássica que ilustra a interação entre mercado de bens e dinheiro.
No modelo IS-LM, a curva IS representa a política fiscal, enquanto a curva LM reflete a política monetária do BC. As políticas expansionistas aumentam a demanda e a renda, enquanto as políticas restritivas visam conter a demanda.
Essa dinâmica econômica pode ser visualizada no gráfico abaixo. O equilíbrio inicial ocorre na interseção das curvas IS e LM. A atuação dos bancos-centrais; é fundamental para manter a estabilidade e promover o crescimento econômico.
Fonte: @ Valor Invest Globo
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