Ativos locais têm nova história; dólar limita perdas, Ibovespa amplia queda com resiliência no mercado e revisão fiscal recente.
O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, destacou a importância da análise cuidadosa da conjuntura econômica, ressaltando os desafios representados pelos impactos internos e externos na queda da Selic.
A decisão sobre o corte da taxa básica de juros é uma medida crucial para impulsionar a economia, refletindo a política de redução da taxa Selic como forma de estimular o crescimento financeiro.
Os impactos da queda da Selic e a resiliência no mercado
Durante um encontro com investidores organizado pela XP, em Washington, o presidente da autarquia reiterou que as novas incertezas estão mais ligadas às condições globais, apesar da existência de uma nova história local de aumento do prêmio de risco. Na quarta-feira (17), houve uma piora nos ativos locais, com o dólar reduzindo a queda, o Ibovespa ampliando as perdas e a curva dos futuros de juros (DI) alterando o sinal de baixa para alta.
Campos Neto destacou que a inflação está convergindo para a meta do BC, de 3%, e que a perspectiva da atividade econômica no Brasil reforça a possibilidade de redução da taxa Selic. Ele observou que a revisão fiscal recente gerou mudanças nos números fiscais, contribuindo para um novo cenário de risco local. A relação entre âncora fiscal e âncora monetária foi ressaltada como crucial para a credibilidade.
O presidente mencionou que, internamente, houve surpresas positivas na resiliência do mercado de trabalho. Embora tenha reconhecido a piora do ambiente doméstico, principalmente devido às expectativas de inflação e ao risco fiscal elevado, ele ressaltou que a maior parte dos desafios para a queda da Selic provém do cenário externo.
A perspectiva diante do cenário global e os cortes da taxa básica de juros
Campos Neto abordou o cenário global, destacando que o mercado prevê um ou dois cortes na taxa básica de juros pelo Federal Reserve (Fed), o banco central dos EUA, dependendo dos dados. Ele alertou para o aumento da volatilidade global no curto prazo, particularmente relacionado à política monetária americana.
O presidente enfatizou a existência de múltiplos cenários possíveis, onde a incerteza pode ter impactos variados nos preços dos ativos de mercado. Ele ressaltou a necessidade de tempo para observar como a economia global absorverá a perspectiva de taxas de juros mais altas nos Estados Unidos e como essas incertezas afetarão as variáveis relevantes.
Em suma, a discussão em torno da queda da Selic reflete a interconexão entre fatores locais e globais, bem como a importância da resiliência do mercado diante das incertezas. A revisão fiscal, a âncora fiscal e a âncora monetária desempenham papéis fundamentais nesse contexto, influenciando as expectativas quanto à condução da política monetária e seus desdobramentos nos mercados financeiros.
Fonte: @ Valor Invest Globo
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