Campos Neto está disponível para conversar com Lula em qualquer ocasião, durante nomeação, transição suave ou necessidade de sabatina.
O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, destacou a importância de definir um sucessor para a posição de presidente da instituição com antecedência. Ele ressaltou a relevância de ter um nome escolhido antes do encerramento das atividades do Congresso neste ano, visando garantir uma transição adequada e eficiente.
Campos Neto enfatizou que está empenhado em assegurar que a troca de comando seja realizada sem impactos negativos nas atividades do Banco Central. O presidente do BC afirmou que deseja colaborar para que a transição ocorra de forma tranquila, de modo a manter a estabilidade e a continuidade das ações da instituição financeira.
Nome para assumir a presidência do BC deve ser definido em breve
Em recente entrevista à Globonews, o atual presidente do BC expressou preocupação com a possibilidade de chegar ao final de seu mandato sem um indicado para sucedê-lo. Ele ressaltou a importância de uma transição suave e mencionou a necessidade de definir um nome para assumir a presidência da instituição entre os meses de agosto e outubro. A falta de um presidente do BC pode comprometer a dinâmica interna do órgão durante o recesso do Congresso.
Durante a conversa, o presidente do BC também abordou a questão da sabatina necessária para a nomeação do novo presidente, destacando as dificuldades de realizar esse processo em um momento em que o Congresso está inativo. Ele mencionou que a ausência de um presidente interino pode gerar um vácuo de poder prejudicial para a estabilidade econômica do país.
Diálogo entre o presidente do BC e o governo
Campos Neto revelou que, ao contrário do que foi especulado, não pretende antecipar sua saída do cargo. Ele salientou a importância de um planejamento adequado para a transição de poder e mencionou a experiência positiva que teve ao lado de seu antecessor, Ilan Goldfajn. O presidente do BC ressaltou a importância de um período de transição de aproximadamente um mês para garantir a continuidade das políticas em andamento.
Além disso, o presidente do BC abordou sua relação com o ex-presidente Lula, destacando que seu contato com o líder político geralmente ocorre por meio do ministro da Fazenda. Ele se mostrou receptivo a conversar com Lula em qualquer ocasião e enfatizou a importância da disponibilidade para o diálogo.
Modernização do Banco Central e importância da PEC de autonomia
Na entrevista, Campos Neto defendeu a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) de autonomia do BC como um passo crucial para a modernização da instituição. Ele ressaltou que a PEC é vista como um avanço em termos de governança e destacou o envolvimento dos diretores do BC no desenvolvimento do projeto.
O presidente do BC mencionou a importância de saber dizer ‘não’ no exercício de suas funções e explicou que esse posicionamento é de natureza técnica, não pessoal. Ele citou exemplos de situações em que precisou recusar propostas de autoridades como ex-ministros da Economia e membros do Legislativo, sempre com embasamento técnico.
Perfil ideal para o presidente do BC
Quando questionado sobre o perfil ideal para ocupar a presidência do BC, Campos Neto citou diferentes abordagens, incluindo um viés mais acadêmico, exemplificado pelo antecessor Ilan Goldfajn, e perfis mais ligados ao mercado financeiro ou ao setor bancário, como Henrique Meirelles. Ele ressaltou a diversidade de habilidades e experiências que podem contribuir para o bom desempenho do cargo, enfatizando a importância de escolher um líder qualificado e comprometido com a estabilidade econômica do país.
Fonte: @ Valor Invest Globo
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