No Brasil, política monetária conservadora persiste, mas BofA confia no real e ciclo de flexibilização, esperando hawkish neutralidade, mantendo controles na evolução.
Diante da atual postura conservadora da Banco Central do Brasil e da sua atenção para controlar a evolução dos preços, os juros reais ‘carregados’ pelo real têm potencial para impulsionar o câmbio brasileiro nos próximos meses, conforme apontam os especialistas do Bank of America. A equipe de estrategistas do banco projeta o dólar atingindo R$ 5 até o final deste ano, considerando a perspectiva de um BC mais ‘hawkish’ (duro).
Essa abordagem mais enfática por parte do Banco Central, aliada à expectativa de um controle mais rígido sobre a inflação, tende a influenciar positivamente a valorização do real frente ao dólar; tal cenário pode trazer impactos significativos para os investidores locais e estrangeiros, que buscam oportunidades no mercado cambial. A estabilidade promovida pela atuação do BC reflete-se não apenas nas projeções para o câmbio, mas também nas perspectivas para o mercado financeiro como um todo.
Postura conservadora do Banco Central do Brasil impulsiona projeção de juros do BofA
O BofA elevou sua projeção para a taxa Selic, passando de 9,5% para 10,25%, refletindo a postura conservadora do Banco Central do Brasil. Este movimento sinaliza o encerramento do ciclo de flexibilização monetária em junho. Diante disso, os estrategistas do BofA afirmam que esperam mais dois cortes de 0,25 ponto percentual, interrompendo o ciclo em 10,25%. Além disso, preveem que após o início da flexibilização pelo Fed no próximo ano, o BC retomará o ciclo com dois cortes de 0,5 ponto percentual e uma redução final de 0,25, alcançando a taxa ‘terminal’ de 9% até maio.
A postura neutra da política monetária será adotada nesse momento. A postura conservadora da instituição financeira foi reforçada diante da perspectiva de que os juros reais do Brasil se manterão entre os mais altos do mercado global. O BofA destaca a postura agressiva do BC e a desinflação contínua como fatores que sustentam sua visão otimista em relação ao real brasileiro.
Apesar da confiança na economia brasileira e no controle do déficit em conta corrente, há preocupações com uma possível adoção de uma política fiscal mais expansionista e uma flexibilização mais acelerada da política monetária, fatores que podem impactar a moeda nacional. O BofA mantém sua projeção de déficit primário em 0,4% do PIB para este ano e em 0,9% do PIB em 2025, demonstrando sua análise cautelosa diante da conjuntura econômica atual.
Fonte: @ Valor Invest Globo
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