Múltos professores mudam de carreira em busca melhor salário, pública escola oferece 300 BOL por mês contra 25 SAL de particulares. Turno da noite reduz salário Cendas-FVM de US$ 535,63 para comprar cesta básica familiar (130 BOL). Algumas optam pelo Sistema Pátria carné da pátria em vez.
Com a grana que recebe quinzenalmente, Belkis Bolívar consegue adquirir somente 12 ovos. Só isso. Por sorte, é o bastante para cobrir o custo da ida de ônibus. Belkis é uma educadora do ensino básico.
Mesmo com os desafios financeiros, Belkis não desanima e continua dedicada à sua missão como professora. Os educadores desempenham um papel fundamental na sociedade, mesmo diante das adversidades. Eles merecem apoio e reconhecimento por seu trabalho incansável.
Desafios dos Professores na Venezuela
Uma venezuelana residente em Caracas dedica mais de 30 anos de sua vida à nobre missão de educar. Atuando no turno da noite em uma escola pública, recebe uma quantia irrisória de 150 bolívares a cada quinze dias, totalizando 300 bolívares por mês, o que equivale a menos de US$ 10 (ou cerca de R$ 50) – uma realidade desafiadora que muitos professores enfrentam atualmente no país.
Seu relato ilustra a dura realidade enfrentada por muitos educadores venezuelanos. Para complementar a renda, essa professora também ministra aulas particulares de francês e se aventura em empreitadas culinárias, vendendo refeições e bebidas típicas durante o Natal. Como ela mesma descreve: ‘Aceito qualquer encomenda, qualquer coisa, sempre estou buscando algo diferente para fazer.’
O Dilema dos Educadores na Venezuela
O baixo salário e as condições precárias de trabalho têm levado um número alarmante de professores a desistir da profissão nos últimos anos. Estima-se que cerca de 200 mil educadores venezuelanos tenham abandonado as salas de aula, seja emigrando para o exterior ou buscando novas carreiras, contribuindo para o esvaziamento das escolas no país.
Essa situação crítica tem gerado impactos diretos nos alunos, que sofrem com a redução de horas de aula e, por vezes, com a presença de indivíduos não qualificados para lecionar. A falta de incentivos e o desafio financeiro têm tornado a carreira de professor cada vez mais insustentável na Venezuela.
O Descontentamento dos Professores Venezuelanos
Belkis, uma professora venezuelana, compartilha sua experiência de luta diária. Diante da ausência de aumentos salariais e da incapacidade de cobrir despesas básicas, ela se viu obrigada a buscar alternativas para complementar sua renda fora da sala de aula. O salário médio de um professor no país mal ultrapassa US$ 21,57 por mês, enquanto a cesta básica familiar alcança a expressiva marca de US$ 535,63.
O cenário é desolador para muitos profissionais da educação, que se veem confrontados com a difícil decisão de abandonar a carreira. Mesmo assim, movidos pela vocação e pelo desejo de manter o contato com seus alunos, muitos professores como Belkis permanecem firmes em sua missão, apesar dos desafios e das limitações impostas pelo sistema educacional venezuelano.
Fonte: © G1 – Globo Mundo
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