Especialistas aconselham investigar denúncias de agressoras indeterminadas, ofensas racistas e violência em ambiente escolar ou virtual. Vítimas e pais podem enfrentar acção legál. Lei Estatuto da Criança e Adolescente, Lei de Diretrizes e Bases da Educação aplicam características de cor raça ou ethnia. Alunos agressores e vítimas podem enfrentar suspensão ou expulsão. Lei específica: ofensas de cunho racista.
A atriz Samara Felippo fez uma denúncia recente sobre um episódio de racismo envolvendo sua filha de 14 anos em uma renomada escola particular em São Paulo. As agressoras, duas alunas da instituição, escreveram mensagens ofensivas com teor racista no caderno da adolescente, causando indignação na mãe. A escola tomou providências e decidiu suspender as alunas por tempo indeterminado. Infelizmente, situações como essa continuam ocorrendo com frequência em diversas partes do país.
É inaceitável que atos de racismo persistam nos ambientes escolares, causando sofrimento e impactando diretamente os estudantes envolvidos. Essas formas de agressão e violência precisam ser combatidas com rigor, promovendo a educação e o respeito à diversidade. É fundamental que medidas efetivas sejam adotadas para coibir comportamentos xenofóbicos. A sociedade como um todo deve unir esforços para criar ambientes mais inclusivos e seguros para todos.
Combate ao Racismo nas Escolas: Direitos e Deveres em Foco
Em março, uma aluna da rede municipal de Novo Horizonte, no interior de São Paulo, foi agredida física e verbalmente por cinco alunos que a chamaram de ‘macaca’, ‘cabelo de bombril’ e ‘capacete de astronauta’. Essas ofensas de cunho racistas evidenciam a triste realidade enfrentada por muitas vítimas de violência baseada em características de cor, raça ou etnia, tanto no ambiente escolar quanto no ambiente virtual.
Em 2023, mais 3 mil denúncias de racismo foram registradas apenas em escolas estaduais de São Paulo. É preocupante observar que, no Brasil, a cada 10 pessoas que sofrem racismo, 4 são vítimas de agressões, xingamentos e violência em instituições de ensino. Este cenário reforça a necessidade urgente de combater o racismo e garantir um ambiente escolar seguro e inclusivo para todos.
Racismo x Bullying: Diferenças Importantes
É crucial compreender a distinção entre racismo e bullying. Enquanto o bullying é caracterizado por agressões físicas, psicológicas, xingamentos e exclusão, o racismo vai além, sendo uma forma de violência que se baseia nas características de cor, raça ou etnia da vítima. Portanto, é essencial reconhecer a gravidade das ofensas de cunho racistas e agir de forma eficaz para combatê-las.
Segundo Elisa Cruz, o racismo é um mecanismo de poder que busca inferiorizar as vítimas, tornando imprescindível a identificação e responsabilização das agressoras indeterminadas. É fundamental entender que o racismo não pode ser justificado de forma alguma, sendo um crime inafiançável previsto pela Lei 7.716/1989, com pena de reclusão de 2 a 5 anos e multa.
Legislação e Proteção das Vítimas de Racismo
Quando o racismo ocorre no ambiente escolar, a legislação atual não contempla diretamente esses casos. No entanto, é possível recorrer ao Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e à Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) como instrumentos de proteção e promoção dos direitos das vítimas.
Ana Paula Siqueira destaca a importância de a escola agir prontamente diante de casos de racismo, restabelecendo um ambiente saudável para todos os alunos. A suspensão dos alunos agressores pode ser uma medida inicial, porém, é essencial garantir o direito de defesa e a aplicação de medidas educativas para prevenir novas ocorrências.
Durante a investigação, é crucial ponderar sobre as circunstâncias do caso e as consequências do racismo. Além disso, a reflexão sobre as ações dos agressores e a busca por reparação do dano causado são passos decisivos no combate ao racismo nas escolas. Portanto, é fundamental que a comunidade escolar esteja engajada nessa luta contra a discriminação e a intolerância, promovendo um ambiente inclusivo e seguro para todos os estudantes.
Fonte: © G1 – Globo Mundo
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