O problema de desigualdade está relacionado à faixa etária, raça e nível educacional na população em geral, de acordo com a PNAD Educação.
Apesar dos avanços nos índices educacionais do Brasil, no ano de 2023, ainda eram contabilizados cerca de 9,3 milhões de pessoas vivendo em situação de analfabetismo, representando 5,4% da população do País. Esses números apontam uma queda de 0,2 ponto percentual em comparação ao ano anterior, o que significa uma redução de 232 mil indivíduos nessa condição.
O iletrismo ainda é um desafio a ser superado, demonstrando a necessidade de investimentos e políticas públicas efetivas para promover a alfabetização e a inclusão educacional. É fundamental que o combate ao analfabetismo e ao iletrismo seja uma prioridade, visando garantir oportunidades iguais para todos os cidadãos, independentemente de sua condição de letramento.
Problema associado à faixa etária e à raça
O problema do analfabetismo está diretamente ligado à faixa etária e à raça, de acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínua (PNAD) Educação, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na última sexta-feira, 22. O levantamento revelou que quanto mais velho o grupo populacional, maior é a proporção de analfabetos.
Em 2023, a pesquisa apontou que havia 5,2 milhões de analfabetos com 60 anos ou mais, representando uma taxa de analfabetismo de 15,4% para esse grupo etário, quase três vezes superior à média da população em geral. A pesquisadora Adriana Beringuy destacou que ‘o analfabetismo no Brasil está concentrado principalmente entre os mais idosos’
Disparidade entre cor ou raça
No recorte por cor ou raça, foi observada uma grande diferença nas taxas de analfabetismo entre as pessoas brancas e pretas ou pardas. Em 2022, a taxa de analfabetismo foi de 3,2% para pessoas brancas e 7,1% para as pretas ou pardas, mais que o dobro. Ao analisar a questão sob a perspectiva etária e racial, a disparidade se acentua ainda mais: a taxa de analfabetismo dos brancos com 60 anos ou mais era de 8,6%, enquanto entre os negros essa taxa quase triplicava, atingindo 22,7%.
Metas e indicadores educacionais
De acordo com o Plano Nacional de Educação (PNE), a redução do analfabetismo na população em geral deveria atingir 6,5% em 2015, com a erradicação total prevista até o final de 2024. A meta intermediária foi alcançada em 2017. A média de anos de estudo das pessoas com 25 anos ou mais foi de 9,9 anos em 2023, mantendo-se estável em relação ao período anterior.
Entre as mulheres, a média foi de 10,1 anos, enquanto entre os homens ficou em 9,7 anos. A diferença é significativa quando comparada por cor ou raça, registrando-se 10,8 anos de estudo para pessoas brancas e 9,2 anos para os pretos ou pardos, uma diferença de 1,6 ano que pouco se alterou desde 2016, quando era de dois anos.
Escolarização por faixa etária
Entre as crianças de 0 a 3 anos, a taxa de escolarização foi de 38,7%, totalizando 4,4 milhões de estudantes. Houve um aumento significativo em relação ao ano anterior, com uma variação de 2,7 pontos percentuais. Já nas crianças de 4 a 5 anos, a taxa subiu de 91,5% em 2022 para 92,9% em 2023, com um total de 5,8 milhões de crianças nessa faixa etária.
A universalização do ensino para a faixa etária de 6 a 14 anos praticamente foi alcançada, mantendo-se em 99,4% em 2023, mesmo índice de 2022. A taxa de escolarização para jovens de 15 a 17 anos foi de 91,9% em 2023. Entre as pessoas com 18 a 24 anos, 30,5% estavam frequentando a escola, enquanto entre os maiores de 25 anos, a proporção era de 5,0%.
Desafios do ensino fundamental e médio
Os jovens de 18 a 24 anos são aqueles que idealmente estariam cursando o ensino superior, caso tivessem concluído a educação básica na idade apropriada. No entanto, o atraso e a evasão escolar ainda são problemas presentes, tanto no ensino fundamental quanto no médio.
Como consequência, muitos jovens nessa faixa etária já não frequentam mais a escola, enquanto outros ainda estão nas etapas básicas de ensino obrigatório, enfrentando desafios quanto à continuidade dos estudos.
Fonte: © Notícias ao Minuto
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