Conflitos atuais em Gaza, Israel, Ucrânia e Rússia desafiam estudiosos com tensões geopolíticas na Europa Oriental, exigindo respostas de organismos internacionais.
Os atuais conflitos territoriais, em especial os que envolvem a Faixa de Gaza, Israel, Ucrânia e Rússia, lançaram novos desafios para os estudiosos da geopolítica: a ordem mundial estabelecida pela criação da Organização das Nações Unidas no contexto do pós-guerra dá sinais de enfraquecimento, assim como o modelo de globalização comercial estabelecido após os anos 1980.
A nova ordem mundial que emerge desses conflitos traz à tona a necessidade de repensar as estruturas de poder e as relações internacionais. A possibilidade de reindustrialização de certas regiões pode ser um reflexo das mudanças na ordem mundial, enquanto os conflitos atuais evidenciam as fragilidades do sistema internacional.
Desafios estudiosos na nova ordem mundial
Painel sobre tensões na Europa e no Oriente Médio reúne especialistas para discutir os impactos econômicos e geopolíticos da atual conjuntura. O XII Fórum de Lisboa foi palco de debates acalorados sobre as dinâmicas da geopolítica global e a necessidade de uma resposta firme por parte dos organismos internacionais diante dos conflitos em curso.
A reindustrialização emerge como palavra de ordem em meio à busca por uma nova ordem mundial que se adapte aos desafios do século XXI. A dependência industrial exposta pela pandemia de Covid-19 revelou a fragilidade dos mecanismos de controle dos órgãos multilaterais, impulsionando a reflexão sobre a necessidade de reformulação do modelo econômico vigente.
Agostinho Costa, major-general de Portugal e especialista em Relações Internacionais, ressaltou a importância de combater as vulnerabilidades identificadas durante a crise sanitária, destacando a urgência da reindustrialização do mundo ocidental. Ele alertou para a crescente antagonização com a China, que se tornou um parceiro comercial fundamental para a União Europeia, ampliando as tensões no cenário global.
Os conflitos contemporâneos transcendem as fronteiras territoriais e se entrelaçam com questões econômicas, como evidenciado pelo caso da Ucrânia. Com recursos minerais avaliados em US$ 3 trilhões e metade de seu território sob controle russo, a região tornou-se palco de disputas acirradas. O professor enfatizou a importância de compreender tais conflitos sob a ótica financeira, ressaltando que a comunicação desempenha um papel crucial na resolução dessas questões.
A tensão entre a necessidade de uma nova ordem mundial e as demandas da globalização comercial impõe desafios complexos aos estudiosos e líderes políticos. As discussões no XII Fórum de Lisboa refletiram a urgência de repensar as estruturas de poder e cooperação internacionais diante das transformações em curso. A interseção entre interesses geopolíticos, econômicos e sociais exige respostas inovadoras e colaborativas para garantir a estabilidade e o progresso em um mundo em constante mudança.
Fonte: © Conjur
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