Ação recua com despesas operacionais elevadas após retorno do fundador; balanço decepciona analistas.
Ao longo desta semana, os investidores têm acompanhado atentamente a movimentação das ações da Vivara (VIVA3) na Bolsa de Valores. Após um início de semana marcado por quedas expressivas, a empresa viu suas ações se desvalorizarem mais uma vez no pregão de hoje, por volta de 12h30, as ações da Vivara registravam uma queda de 9%, sendo negociadas a R$ xx.
Apesar do cenário desafiador enfrentado pela Vivara, a companhia tem demonstrado resiliência ao longo dos últimos meses, buscando estratégias para reverter a situação e recuperar a confiança dos investidores no mercado de capitais. Ainda assim, fica evidente a volatilidade das ações da Vivara (VIVA3) no atual contexto econômico, exigindo cautela por parte dos acionistas.
Resultados do quarto trimestre da Vivara
Ontem, após o fechamento do mercado, a companhia divulgou seus resultados do quarto trimestre de 2023, reportando lucro líquido de R$ 144,1 milhões, queda de 8,6% na comparação com o mesmo período de 2022. Segundo o comunicado, o resultado foi impactado, principalmente, pelo crescimento de 28,8% das despesas operacionais e de 170% nos tributos pagos.
Repercussão da mudança na gestão da Vivara
As analistas apontam dados aquém do esperado, contribuindo negativamente com a repercussão da mudança na gestão da empresa, que derrubou os papéis na segunda-feira (18).
O BTG Pactual avalia que houve bom desempenho operacional no quarto trimestre, com vendas continuando em tendências positivas, mas a rentabilidade foi pressionada por alguns efeitos pontuais. Os analistas Luiz Guanais, Gabriel Disselli e Pedro Lima apontam que as receitas líquidas ficaram em linha com estimativas, mas as margens foram impactadas por reclassificação tributária, maior volume de importações e abertura de novas lojas. O banco acredita que os fundamentos da Vivara continuam robustos, mas os resultados com baque na rentabilidade e as mudanças na liderança da companhia vão deixar investidores mais cautelosos no curto prazo. O BTG Pactual tem recomendação de compra para Vivara, com preço-alvo em R$ 41.
Para o Itaú BBA, a Vivara reportou resultados fracos, com receita abaixo do previsto, contração de margem bruta e aumento de despesas, ressaltando que os investidores estão focados na recente mudança de gestão. Os analistas Thiago Macruz, Maria Clara Infantozzi e equipe destacam que o lucro líquido de R$ 144 milhões ficou 16,5% abaixo da projeção. Segundo eles, a receita líquida cresceu impulsionada pelo aumento de vendas mesmas lojas e pela expansão de área, com a marca Life reportando crescimento de vendas de 32%.
Avaliação dos resultados da Vivara pelo Bradesco BBI
Os analistas do Bradesco BBI, liderados por Pedro Pinto, também avaliam que os resultados da Vivara foram fracos no quarto trimestre, com bom desempenho de vendas sendo compensado por custos e despesas elevados, derrubando margens. Eles notam que o Ebitda ajustado de R$ 200 milhões foi 5% abaixo do esperado, por conta dessas margens mais fracas, enquanto o lucro de R$ 144 milhões foi quase 18% menor que a estimativa por efeitos tributários. O banco acredita que a combinação de um resultado trimestral ruim e a controvérsia em torno da mudança no comando da empresa deve deixar as ações da Vivara ainda mais voláteis.
A esperança, apontam os analistas, é que operacionalmente a empresa se recupere em 2024, após transferir produção para uma nova fábrica, e que a estratégia não mude drasticamente sob a nova direção. O Bradesco BBI cortou o preço-alvo de Vivara de R$ 43 para R$ 35, potencial de alta de 30,8% sobre o fechamento de ontem, reiterando recomendação de compra.
Com informações do Valor PRO, serviço de notícia em tempo real do Valor Econômico.
Fonte: @ Valor Invest Globo
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