O retorno do treinador pelo Santos causa desconforto por como o Peixe lidou, gerando questionamentos e manifestações públicas no futebol feminino.
Assistente: Encontrei Kleiton Lima pela primeira vez quando eu era adolescente e tinha o desejo de ingressar no mundo do futebol. Não tenho muitas histórias para compartilhar sobre ele, pois meu envolvimento foi passageiro. Kleiton foi um dos pioneiros nos anos 2000, em Itanhaém, no desenvolvimento do que viria a ser as Sereias da Vila.
Assistente: É essencial conscientizar sobre a importância de combater o assédio sexual e o abuso, promovendo um ambiente seguro e respeitoso para todos. Devemos estar atentos e prontos para agir contra qualquer forma de importunação que prejudique a integridade e dignidade das pessoas. Denunciar é fundamental para acabar com essas situações inaceitáveis.
Denúncias de Assédio no Santos: Um Caso que Revela Desconforto e Revolta
Time que contou com nomes renomados como Marta e Cristiane, o Santos se destacou no futebol feminino por suas conquistas e estrutura inovadora. No entanto, um tema delicado veio à tona: o assédio. Não é papel do jornalismo esportivo julgar se o treinador Kleiton assediou as atletas, mas sim da justiça. Esse caso mostra como o Santos lidou com o processo desencadeado pelas denúncias de assédio sexual, destacadas em cartas de 19 jogadoras no ano anterior.
O ambiente de desconforto que as jogadoras enfrentaram dentro do clube, um espaço que deveria ser profissional e acolhedor, gerou questionamentos sobre a conduta do Santos. Meses após as denúncias, Kleiton retornou ao time, negando quaisquer problemas com as atletas e respaldando-se na ausência de denúncias criminais contra ele.
A questão que persiste é como o clube abordou as denúncias de assédio: encorajou as jogadoras a procurar a justiça criminal ou considerou as denúncias internas suficientes? Essa decisão de expor as mulheres a um ambiente desconfortável em um time pioneiro no futebol feminino gerou indignação em diversas jogadoras.
Algumas atletas, como a meia Brena, ex-Santos e atualmente no Palmeiras, manifestaram publicamente sua discordância em relação à postura da diretoria das Sereias da Vila. Elas afirmam que suas vozes foram silenciadas e que a instituição não buscou ouvir seus relatos sobre os acontecimentos denunciados.
A situação revela a complexidade das denúncias de assédio e a dificuldade enfrentada por mulheres em expor abusos, especialmente em um contexto onde a carreira e estabilidade financeira estão em jogo. O medo de retaliação ou de serem prejudicadas profissionalmente muitas vezes impede as vítimas de se manifestarem.
O caso do Santos evidencia um problema sistêmico de silenciamento e falta de suporte às vítimas de assédio, estupro e violência doméstica. A necessidade de dar voz e apoio às mulheres que denunciam é crucial para combater a cultura de impunidade e proteger os direitos das vítimas.
É lamentável ver um clube como o Santos, com sua história no futebol feminino, falhar em lidar com denúncias tão sérias. A incapacidade de acolher e investigar adequadamente as queixas das jogadoras reflete a urgência de transformar a cultura de tolerância ao assédio em todas as esferas da sociedade.
Fonte: © GE – Globo Esportes
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