Agenda cheia pode afetar preços de ativos. BC divulga ata do Copom e relatório de inflação. Política monetária, taxa de juros, afrouxamento e aperto monetário em foco.
A semana está cheia de eventos cruciais para o futuro dos juros no curto prazo e que podem causar instabilidade nos preços dos ativos financeiros. O Banco Central divulga a ata de sua última reunião de política monetária na terça-feira e o Relatório de Inflação na quinta-feira, onde possíveis mudanças nos juros serão discutidas.
Investidores estarão atentos à possível alteração na taxa de juros e como isso pode impactar o mercado. A expectativa em relação às decisões do Banco Central sobre a taxa de juros influenciará as estratégias dos investidores nos próximos dias, refletindo diretamente nos preços dos ativos financeiros.
Expectativas sobre Taxa de Juros e Política Monetária
Além disso, o IBGE informa o IPCA-15 de junho, nos EUA, serão conhecidos os dados do índice de preços de gastos com consumo (PCE), o indicador de inflação referência para o Federal Reserve (Fed).
Na agenda local, o Banco Central volta a ficar no centro dos holofotes dos agentes, após ter interrompido o seu ciclo de afrouxamento monetário ao manter a Selic parada em 10,5% na reunião da última quarta-feira.
Na ata do Copom, que será conhecida na terça-feira (25), agentes devem buscar pistas sobre divergências entre os membros do colegiado na visão sobre a condução futura das taxas de juros, bem como buscar identificar se a autoridade ainda vê espaço para uma retomada do ciclo de cortes no curto prazo.
No dia seguinte, quarta-feira (26), o IBGE divulga os dados do Índice de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) do mês de junho. Economistas devem se mostrar atentos aos efeitos das enchentes no Rio Grande do Sul nos preços de alimentos, bem como à trajetória da inflação de serviços e dos serviços subjacentes, fatores importantes para a condução da política monetária.
Na quinta-feira, o Banco Central também divulga seu Relatório de Inflação, que possui periodicidade trimestral. Agentes acreditam que a autoridade monetária pode revisar sua projeção sobre o juro neutro da economia brasileira – a taxa de juros que não acelera e nem desacelera a economia. O juro neutro (ou natural) está atualmente estimado pelo BC em 4,5%.
Caso a taxa suba, seria um sinal de que uma mesma taxa Selic, de 10,5%, estaria promovendo um grau de aperto monetário menor na atividade econômica.
Na sexta-feira, os participantes do mercado devem voltar seus olhares aos Estados Unidos, onde serão conhecidos os números do índice de preços de gastos com consumo (PCE).
Após algumas leituras de inflação consideradas positivas por observadores, os agentes podem revisitar suas apostas para o início do ciclo de cortes de juros nos Estados Unidos a depender dos sinais extraídos do indicador.
Entre outros eventos relevantes da semana estão a divulgação do Relatório Focus, do BC, na segunda-feira; a leitura final do PIB americano do primeiro trimestre, na quinta-feira; os dados de confiança ao consumidor e expectativas de inflação da Universidade de Michigan, na sexta-feira; e as decisões de política monetária dos bancos centrais do México, Colômbia, Suécia e Turquia.
Este conteúdo foi originalmente publicado no site do Valor.
Fonte: @ Valor Invest Globo
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