O primeiro documento de diretrizes para diagnóstico e tratamento da cardiomiopatia hipertrófica destaca o risco de morte súbita, especialmente em atletas.
A Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) divulgou, recentemente, um guia inovador com orientações para o manejo da cardiomiopatia hipertrófica (CMH). Esse distúrbio cardíaco, o qual tirou a vida do empresário João Paulo Diniz, filho de Abilio Diniz, aos 58 anos em 2022, requer um diagnóstico preciso e intervenções terapêuticas adequadas.
A miocardiopatia hipertrófica é uma condição que exige atenção especial devido ao seu impacto significativo na qualidade de vida dos pacientes. Portanto, é essencial a conscientização sobre os sintomas e fatores de risco associados a essa patologia. Uma atuação proativa na detecção precoce da cardiomiopatia hipertrófica pode fazer a diferença na progressão da doença e nas opções de tratamento disponíveis.
Aspectos Atuais da Cardiomiopatia Hipertrófica
A cardiomiopatia hipertrófica, ou miocardiopatia hipertrófica, é um importante fator de risco para a morte súbita (infarto fulminante), especialmente em atletas de esportes de alto impacto. João, assim como seu pai, era um entusiasta dos esportes, mas acabou passando mal em casa após uma corrida.
Diante da necessidade urgente de incorporar novos conhecimentos à prática clínica, o primeiro documento de diretrizes sobre o tratamento da cardiomiopatia hipertrófica busca apresentar as recomendações mais recentes para o diagnóstico, estadiamento prognóstico e tratamento da doença. A Sociedade Brasileira de Cardiologia destaca a importância de abordar a origem da cardiomiopatia hipertrófica, o quadro clínico, diagnósticos diferenciais e métodos complementares.
Essas diretrizes, que combinam a abordagem europeia e norte-americana, foram elaboradas por especialistas brasileiros, levando em conta a realidade do país. O Dr. Fabio Fernandes, diretor do grupo de Cardiomiopatia da SBC, ressalta que o documento orienta os médicos sobre a conduta a ser adotada diante da cardiomiopatia hipertrófica.
Uma das orientações do documento é a importância de realizar exames de avaliação em atletas, bem como de investigar familiares de pacientes com suspeita da doença e realizar exames específicos para confirmar o diagnóstico.
Estima-se que cerca de 400 mil brasileiros e 20 milhões de pessoas em todo o mundo sejam afetados pela cardiomiopatia hipertrófica, embora haja uma subnotificação significativa no Brasil. A maioria dos casos (90%) é assintomática, o que pode levar muitos portadores a desconhecerem sua condição.
É fundamental que todos os indivíduos, independentemente do nível de atividade física, sejam avaliados para prevenir complicações decorrentes da doença. Os sintomas, quando presentes, podem ser confundidos com outras condições cardíacas, como falta de ar, dor no peito, desmaios, palpitações e cansaço.
Ao detectar a cardiomiopatia hipertrófica precocemente, é possível adotar medidas preventivas e de tratamento adequadas, contribuindo para a qualidade de vida e a saúde cardíaca dos pacientes.
Fonte: @ Metropoles
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