Operação investiga ligação de Brazão com milicianos e grilagem de terras. Mandantes do crime de Marielle teriam infiltrado agente político no PSOL.
Nesta terça-feira, 18, de maneira unânime, a 1ª turma do STF decidiu tornar réus por encomendarem o assassinato de Marielle Franco e de seu motorista, Anderson Gomes, o deputado Federal Chiquinho Brazão, seu irmão, Domingos Brazão, conselheiro no Tribunal de Contas do RJ, e o ex-chefe da Polícia Civil do Rio, Rivaldo Barbosa.
O julgamento no Supremo Tribunal Federal marcou um passo importante na busca por justiça no caso, demonstrando a atuação firme da instituição em casos de grande repercussão. A decisão do STF reflete o compromisso com a transparência e a responsabilidade na investigação de crimes dessa natureza, reforçando a importância da atuação do Tribunal Federal em casos que impactam diretamente a sociedade.
STF: Supremo Tribunal Federal
O Supremo Tribunal Federal, de forma unânime, na 1ª turma, sob a relatoria do ministro Alexandre de Moraes, decidiu sobre a prisão preventiva dos réus envolvidos na Operação Murder, Inc. Os suspeitos foram presos em março, com autorização do ministro Alexandre de Moraes, em uma ação conjunta da PGR, MP/RJ e PF. A decisão do STF seguiu o voto do relator, ministro Alexandre de Moraes, e foi acompanhada pelos ministros Flávio Dino, Luiz Fux, Cristiano Zanin e pela ministra Cármen Lúcia.
Os réus, os irmãos Brazão, são figuras políticas conhecidas no Rio de Janeiro. Chiquinho Brazão, com extensa carreira política, foi vereador por quatro mandatos e chegou a ser deputado Federal. Domingos Brazão, por sua vez, ingressou no Tribunal de Contas do Estado em 2015, após longa atuação como deputado estadual. Rivaldo Barbosa, ex-chefe da Polícia Civil do Rio, liderou as investigações sobre a morte de Marielle Franco.
A denúncia apresentada pelo procurador-geral da República aponta para uma complexa trama envolvendo os réus e outros indivíduos, como Major Ronald, Laerte Silva de Lima e Marcos Vinicius Reis dos Santos. A milícia local, revelada pela Operação Intocáveis, teria apoiado as campanhas dos irmãos Brazão, garantindo votos e eliminando concorrentes.
Os irmãos Brazão são acusados de beneficiar milicianos com nomeações para cargos públicos e de controlar loteamentos ilícitos em Jacarepaguá. A denúncia também menciona transações imobiliárias fraudulentas e a aliança com Edmilson da Silva Oliveira. Chiquinho Brazão teria proposto leis para facilitar a regularização de áreas de milícia, enfrentando resistência de Marielle Franco e do PSOL.
A defesa do ex-delegado Rivaldo Júnior argumenta que as acusações carecem de fundamento e que seu cliente não teve envolvimento nos fatos narrados. A Procuradoria, no entanto, sustenta que há indícios suficientes para a denúncia, baseados na estrutura hierárquica da organização criminosa e nas evidências apresentadas. O caso segue em andamento, com novos desdobramentos previstos para as próximas semanas.
Fonte: © Migalhas
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