Anvisa aprova droga que reduz taxa de internação em 18% para pacientes com fração de ejeção preservada, segundo estudo.
Recentemente aprovado para ser utilizado por um grupo de pacientes com insuficiência cardíaca, o remédio dapagliflozina teve sua recomendação expandida pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), podendo agora beneficiar cerca de 1 milhão de indivíduos que sofrem com a condição, que se manifesta pela incapacidade do coração de bombear o sangue de forma adequada para garantir o funcionamento correto do corpo.
Agora, com a ampliação da indicação desse medicamento para insuficiência cardíaca, mais pacientes terão acesso a um tratamento para insuficiência cardíaca inovador e promissor, que pode trazer melhorias significativas em sua qualidade de vida. É importante destacar a importância de seguir corretamente as orientações médicas ao utilizar qualquer medicamento para insuficiência cardíaca, visando obter os melhores resultados possíveis no controle da condição.
Tratamento para Insuficiência Cardíaca: Nova Perspectiva para Grupo de Pacientes
A insuficiência cardíaca é uma condição que tem um impacto significativo na qualidade de vida dos pacientes, resultando em sintomas como dificuldade para respirar e inchaço nas pernas. Sem o tratamento adequado, a doença pode levar a hospitalizações e até mesmo à morte. No Brasil, o medicamento para insuficiência cardíaca era tradicionalmente indicado para casos de ICER, onde a fração de ejeção do coração é reduzida, dificultando o bombeamento de sangue para fora do órgão.
A recente ampliação da indicação desse medicamento agora abrange pacientes com ICFEP, uma condição em que a fração de ejeção do coração é preservada, mas o músculo cardíaco não relaxa adequadamente, resultando em uma entrada insuficiente de sangue a ser ejetada para o corpo. Essa mudança foi baseada em um estudo de fase 3 chamado Deliver, que envolveu 6.263 participantes, incluindo pacientes brasileiros.
O estudo foi conduzido de acordo com os mais altos padrões de pesquisa, utilizando um ensaio randomizado, duplo-cego e controlado por placebo. Os resultados mostraram uma redução significativa na taxa de hospitalização, piora ou morte em 18%. Em média, a cada 32 pessoas tratadas, um desfecho negativo foi evitado, destacando a eficácia do tratamento para insuficiência cardíaca.
O pesquisador José Francisco Kerr Saraiva, professor de Cardiologia da PUC Campinas, enfatiza que o medicamento não apenas beneficia os pacientes com insuficiência cardíaca, mas também demonstrou eficácia no tratamento de diabetes tipo 2 e na proteção dos rins, condições frequentemente associadas a problemas cardíacos. Ele ressalta que os pacientes com insuficiência cardíaca enfrentam não apenas riscos de morte e hospitalizações, mas também uma jornada complexa, com limitações físicas e baixa qualidade de vida.
Karina Fontão, diretora médica da AstraZeneca Brasil, destaca a importância do tratamento para insuficiência cardíaca, ressaltando que a doença está muitas vezes relacionada a outras condições como diabetes, hipertensão e doença renal crônica. A expectativa é que cerca de 1 milhão de pessoas no Brasil possam se beneficiar dessa nova terapia, trazendo esperança para um grupo significativo de pacientes.
Embora a nova indicação ainda não esteja prevista para ser disponibilizada no Sistema Único de Saúde (SUS), especialistas acreditam que esse pode ser o próximo passo, considerando os benefícios já observados com a dapagliflozina, outra medicação prescrita para casos de insuficiência cardíaca na rede pública. A aprovação da nova opção terapêutica é vista como um avanço importante, abrindo caminho para a discussão sobre sua incorporação no SUS e oferecendo uma alternativa valiosa no tratamento para insuficiência cardíaca.
Fonte: @ Veja Abril
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