30% dos pré-candidatos a prefeituras devem buscar a reeleição em outubro, segundo dados do Ipespe Analítica.
Entre os 76 pré-candidatos a prefeituras mais competitivos nas 26 capitais nas eleições de 2024, 17 realizaram troca de partido em meio à janela partidária, que se encerrou na sexta-feira (5), conforme divulgado em levantamento do Ipespe Analítica analisado na edição desta quarta-feira (11) do Índice CNN. É interessante observar que, embora 22% dos pré-candidatos tenham optado pela troca de partido durante a janela partidária, o foco desse período é especialmente direcionado para as mudanças envolvendo vereadores.
Para os detentores de cargos majoritários – prefeitos e vices – e para os filiados sem mandatos, a mudança de partido é uma ação livre, independente da janela partidária. A filiação partidária é um aspecto dinâmico do cenário político, influenciado por diferentes fatores e estratégias individuais dos candidatos. Manter-se atualizado sobre as movimentações políticas e as trocas de partido dos pré-candidatos pode oferecer insights valiosos sobre as alianças e cenários que estão se formando rumo às eleições municipais de 2024.
Reflexões sobre a troca de partido na política brasileira
As mudanças de partido, também conhecidas como troca de partido ou mudança de filiação partidária, têm sido um tema recorrente na política brasileira. Recentemente, uma decisão judicial multou Boulos em R$ 53 mil por divulgação irregular de pesquisa, enquanto Nunes se viu envolvido em polêmicas ao negar que tenha pagado a uma ‘empresa do PCC’. Esses episódios levaram Boulos a cobrar explicações do prefeito e também contaram com o apoio de Bolsonaro à pré-candidatura do irmão de Gilmar Mendes em MT.
No entanto, para especialistas como o sociólogo Antonio Lavareda, a prática da troca de partido revela a fragilidade do enraizamento dos partidos na sociedade. Segundo Lavareda, a busca por legendas mais competitivas e com maior acesso a recursos financeiros e cargos majoritários no contexto político têm motivado muitos pré-candidatos a prefeituras, políticos e vereadores a mudar de agremiação.
Um dos períodos em que a troca de partido ganha destaque é a janela partidária, momento em que os políticos têm a oportunidade de mudar de legenda sem sofrer punições. Nesse cenário, é comum observar migrações em massa, como aconteceu recentemente em São Paulo, onde a maioria dos vereadores do PSDB trocou de partido, indo para o MDB de Ricardo Nunes, candidato à reeleição.
Segundo Lavareda, a possibilidade do PSDB não lançar uma candidatura própria em São Paulo pela primeira vez em sua história reflete as dificuldades enfrentadas pelo partido. Essa situação é especialmente simbólica, considerando o papel histórico da cidade na trajetória política da sigla, que tradicionalmente lançou candidatos presidenciais. A mudança no cenário eleitoral da cidade evidencia as transformações em curso na arena política nacional.
Ao analisar esses movimentos, fica evidente que a troca de partido não é apenas uma questão de conveniência política, mas também revela a dinâmica complexa e muitas vezes instável do sistema partidário brasileiro. Nesse contexto, é fundamental refletir sobre os impactos dessas mudanças no cenário político e na democracia do país.
Fonte: @ CNN Brasil
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