Ex-presidente Trump, no 12º dia de julgamento de um de seus quatro processos criminais, queixou-se a pessoas próximas dele sobre principios, instruções, atuação, defensores, testemunhas, agressão, seleção, Júpiter, registros contábeis, telefônicos, mensagens de texto, e-mails e fotos.
No 12º dia de julgamento de um dos quatro processos criminais, o cliente principal, Donald Trump, expressou insatisfação com seu advogado, Todd Blanche, alegando que ele não tem seguido suas instruções de forma rigorosa, conforme relatado pelo New York Times.
Lidar com um cliente exigente em situações problemáticas pode ser um desafio para advogados, especialmente quando a comunicação não flui como esperado. Manter a confiança do cliente e garantir sua satisfação ao mesmo tempo pode ser uma tarefa árdua, mas essencial para o sucesso do processo.
Advogados e Clientes: Uma Relação Delicada
Questões de atuação e estratégias têm sido motivo de desentendimentos recorrentes entre advogados e clientes difíceis. Donald Trump, por exemplo, tem expressado insatisfação com a abordagem de seus defensores, alegando falta de agressividade na condução do caso. O ex-presidente, conhecido por sua personalidade forte, tenta exercer controle até mesmo sobre detalhes do processo — como a escolha das testemunhas e a postura do advogado diante do juiz.
Segundo o ex-promotor federal Glenn Kirschner, essa postura de microgerenciamento por parte do cliente muitas vezes resulta em prejuízos para a defesa. Kirschner ressalta a importância do papel do advogado como condutor das estratégias e decisões táticas do caso, cabendo ao cliente um papel mais restrito nesse sentido.
A dinâmica entre advogados e clientes difíceis é complexa. Enquanto é fundamental que o réu participe ativamente de certas decisões, como se declarar culpado ou não, cabe ao advogado as escolhas estratégicas mais amplas. A decisão de quais testemunhas interrogar, que provas apresentar e como conduzir o processo legal são responsabilidades do defensor, não do cliente.
Desafios surgem quando o cliente tenta ditar os rumos do caso, sem confiar na expertise do advogado. Kirschner destaca a necessidade de profissionais seguros que saibam enfrentar clientes obstinados. A recusa em ceder a demandas imprudentes é essencial para garantir uma defesa eficaz.
No caso específico de Trump, sua intervenção na estratégia de defesa pode ser prejudicial. Ao negar relações passadas com as acusadoras, ele arrisca minar sua credibilidade perante o júri. Essa postura confrontacional pode favorecer a versão das testemunhas, colocando o réu em situação desfavorável.
Clientes difíceis são um desafio comum para advogados, que precisam equilibrar a participação do cliente nas decisões com a autonomia necessária para atuar de forma eficaz. No tribunal, a habilidade de navegar por essas dinâmicas pode ser determinante para o desfecho do caso, destacando a importância da relação entre advogados e clientes na busca pela justiça.
Fonte: © Conjur
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