Indicador de Condições Financeiras do Bradesco mostra cenário positivo, porém reprecificação de ativos nos EUA pode trazer riscos.
A divulgação da proposta de revisão da meta fiscal para 2025 na Lei de Diretrizes Orçamentárias, a apreciação dos vetos presidenciais em relação a medidas do legislativo e o andamento do projeto que reformula o seguro DPVAT e, consequentemente, modifica o cenário fiscal centralizam a atenção do mercado no Congresso em meio a um período com menos indicadores domésticos, mas sujeito a uma turbulência financeira ‘importada’.
O cenário de instabilidade monetária global tem influenciado os rumos da economia nacional, adicionando um elemento de imprevisibilidade nas decisões de investidores e no comportamento dos mercados. Em meio à volatilidade econômica, é essencial que os agentes econômicos estejam atentos às mudanças repentinas e adotem estratégias sólidas para enfrentar os desafios presentes. Manter a cautela e a flexibilidade diante desse contexto é fundamental para navegarmos com sucesso por esses períodos de incerteza.
A turbulência financeira e as decisões do Federal Reserve
O risco de turbulência financeira, causado pela possibilidade de o Federal Reserve (Fed), o banco central americano, adiar o corte de juro para o segundo semestre, em intensidade menor que a esperada, agita os mercados e gera incertezas em relação à estabilidade monetária global. Essas decisões podem impactar diretamente a volatilidade econômica em diversos países ao redor do mundo, incluindo o Brasil.
Após um período de instabilidade monetária no início de 2023 e parte de 2024, com o Indicador de Condições Financeiras (ICF) do Bradesco refletindo um cenário de contração, a mudança para território positivo em abril sugere uma possível redução na meta de expansão ou, no mínimo, neutralidade. Essa movimentação indica um potencial crescimento econômico estimado entre 1,5% e 2% para o ano.
Entretanto, a situação econômica pode sofrer reviravoltas caso o Federal Reserve decida adiar o corte de juros diante das surpresas inflacionárias recentes. Com a inflação ao consumidor superando as expectativas, alcançando 3,5% em 12 meses e distanciando-se ainda mais da meta de 2%, o cenário financeiro global se torna mais incerto.
A instabilidade nos mercados financeiros foi evidenciada pelo aumento dos juros dos títulos do Tesouro americano, refletindo preocupações com a trajetória da política monetária e a intensidade do aperto financeiro. A volatilidade nos últimos meses, com picos de 5% nos prazos de 10 anos, reacende temores e incertezas em relação à economia global.
Apesar de uma ligeira desaceleração na inflação ao produtor, os mercados ainda se mantêm em alerta, sem eliminar a tensão gerada pelos recentes acontecimentos. A possível decisão do Federal Reserve em adiar o corte de juros pode trazer riscos financeiros importados para o Brasil e demais países, ameaçando a continuidade da recente melhora nas condições financeiras.
As condições financeiras atuais inspiram um certo otimismo em relação à atividade econômica, mas a intensidade menor esperada nesse cenário de turbulência financeira pode impactar negativamente o cenário econômico global. É fundamental acompanhar de perto os desdobramentos das decisões do Federal Reserve e seus reflexos nos mercados internacionais.
Fonte: @ NEO FEED
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