Rosa Calman é a primeira demógrafa indígena do Brasil com opção indígena no Censo Demográfico e alto índice de fecundidade.
O censo mais recente mostra que o número de indígenas autodeclarados no Brasil aumentou consideravelmente ao longo das últimas décadas. Em 1991, eram cerca de 294 mil, enquanto em 2022 esse número saltou para 1,694 milhão, conforme dados do IBGE. Esse crescimento evidencia a importância de valorizar e reconhecer a diversidade e a cultura dos indígenas em nosso país.
A valorização e o respeito aos povos originários são fundamentais para a construção de uma sociedade mais inclusiva e justa. Os indígenas têm uma profunda ligação com as suas terras e tradições, sendo essencial garantir seus direitos e promover políticas que fortaleçam a preservação de suas culturas. Todos nós podemos aprender muito com a sabedoria dos povos autóctones e contribuir para a proteção e o respeito à diversidade que eles representam.
Alto índice de fecundidade impulsiona aumento da população indígena
O Censo Demográfico feito no Brasil desde 1991 trouxe inovações significativas, como a introdução da opção ‘indígena’ na pergunta sobre raça e cor do entrevistado. Essa mudança impactou diretamente a contagem dos povos originários, permitindo um registro mais preciso e respeitoso da diversidade étnica do país.
Desde então, tem sido observado um aumento constante no número de pessoas que se declaram indígenas. O próprio Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) destaca que esse crescimento não se deve apenas à autoidentificação, mas também ao alto índice de fecundidade de alguns povos autóctones.
A demógrafa Rosa Colman, especialista em estudos populacionais e indígena da etnia aché, ressalta a importância desse marco no Censo Demográfico. Para ela, a inclusão da opção ‘indígena’ impulsionou a visibilidade e o reconhecimento dos povos nativos no Brasil.
Autoafirmação e mudança de paradigma para os povos originários
Rosa Colman, nascida em Sanga Puitã, destaca que as políticas de cotas têm desempenhado um papel crucial na motivação das pessoas a se autodeclararem indígenas. Essas iniciativas têm contribuído para fortalecer as estratégias de autoafirmação dos povos autóctones, promovendo a valorização de suas culturas e identidades.
Apesar dos desafios enfrentados, como a discriminação e o preconceito, Rosa acredita que a situação vem melhorando progressivamente. O aumento do número de indivíduos que se reconhecem como indígenas reflete uma busca por pertencimento e reconhecimento étnico, marcando uma mudança de paradigma na sociedade brasileira.
Desafios e perspectivas para os povos indígenas no Brasil
Para Rosa Colman, o futuro dos povos indígenas no Brasil aponta para uma maior presença nos centros urbanos, impulsionada pela busca por educação e oportunidades de trabalho. A mobilidade e a integração dessas populações em contextos urbanos são tendências que tendem a se acentuar nos próximos anos.
A demógrafa ressalta a importância de garantir políticas públicas que promovam a inclusão social e o respeito à diversidade cultural dos povos originários. O reconhecimento e a valorização das identidades indígenas são fundamentais para construir uma sociedade mais justa e plural, onde todos tenham espaço para serem quem são.
Fonte: @ Agencia Brasil
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