Prisões de Rivaldo Barbosa e irmãos Brazão somam-se a outras pelo envolvimento na morte de Marielle Franco e motorista. Investigação continua.
A detenção dos irmãos Domingos e Chiquinho Brazão e do ex-chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro Rivaldo Barbosa, no último domingo (24), gera ainda mais suspeita sobre o caso envolvendo as mortes da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes. A investigação segue em andamento para esclarecer os detalhes desse trágico acontecimento.
As prisões recentes reforçam a possibilidade de ligação com o crime que chocou o país em 2018. A suspeita de que mais indivíduos tenham participado do assassinato de Marielle e Anderson está sendo cuidadosamente investigada pelas autoridades competentes. Estamos na expectativa de que a verdade venha à tona o mais rápido possível.
A ligação suspeita do deputado federal com o caso
Eles voltavam de um evento na Lapa, e o carro onde estavam foi alvejado enquanto passavam pelo Estácio, também na região central do Rio. Chiquinho Brazão (União Brasil-RJ) é deputado federal, enquanto seu irmão Domingos Brazão é conselheiro do TCE (Tribunal de Contas do Estado) do Rio.
Até agora, sete pessoas foram presas sob a suspeita de elo com o crime, numa série iniciada um ano após as mortes de Marielle e Anderson. Em 2019, os ex-policiais Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz foram presos. O primeiro é acusado de ter sido o autor dos disparos, e o segundo, de ter dirigido o carro usado no crime.
Lessa foi preso em março daquele ano, apontado por Queiroz como autor dos disparos que mataram as duas vítimas. Queiroz, por sua vez, preso no mesmo dia, admitiu que dirigia o Cobalt que foi utilizado no crime.
O envolvimento suspeito dos ex-policiais na investigação
Sargento reformado da Polícia Militar, Lessa só foi expulso da corporação em fevereiro do ano passado, após quase quatro anos preso e duas condenações na Justiça –uma por tráfico internacional de armas e outra por ocultação e destruição de provas na investigação da morte da vereadora. Ele deixou a ativa da corporação após ser alvo de um atentado a bomba que lhe custou uma das pernas, em 2009.
Fez parte do Bope (Batalhão de Operações Especiais) e do 9º BPM, que abrange bairros da zona norte do Rio. Após a aposentadoria, passou a ser apontado como integrante de uma quadrilha de matadores de aluguel e, segundo o Ministério Público, também fazia parte da milícia de Oswaldo Cruz e teria relação com o jogo do bicho.
As prisões recentes e a suspeita de obstrução nas investigações
Queiroz foi expulso da corporação em 2016 após ser acusado de envolvimento com tráfico de drogas, milícias e exploração de jogos ilegais. Já tinha sido preso cinco anos antes por esse mesmo motivo. No ano passado, foi preso o ex-bombeiro Maxwell Simões Corrêa, o Suel, suspeito de ter participado de campanas que monitoravam os passos de Marielle. Ele foi citado na delação do ex-PM Queiroz.
Também foi preso Edilson Barbosa dos Santos, conhecido como Orelha, dono de ferro-velho apontado como autor do desmanche e descarte do Cobalt usado pelos criminosos no dia do crime. Orelha foi preso no mês passado em sua casa em Santa Cruz da Serra, Duque de Caxias, na Baixada Fluminense.
Denunciado pelo Ministério Público em agosto do ano passado, Orelha teria impedido e atrapalhado as investigações do caso ao destruir o Cobalt num desmanche no morro da Pedreira, zona norte do Rio. Ele, segundo a Promotoria, é conhecido de Ronnie Lessa e Queiroz e teria sido acionado por Suel para se livrar do automóvel utilizado no crime.
Fonte: © TNH1
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