XP divulgou lucro líquido de R$ 1,03 bi no trimestre, mas ROAE caiu em relação a 2023; mercado de ações antigo teve bom desempenho.
A XP, famosa por tornar o mercado de ações mais acessível aos investidores, precisou se adaptar em um cenário de mercado em baixa. E encontrou oportunidades na tradicional renda fixa. Os resultados do primeiro trimestre de 2024 acabam de ser revelados, mostrando um crescimento de 28% na receita da empresa, que atingiu R$ 4,3 bilhões nesse período, destacando a importância da renda fixa em seu portfólio.
Em um ambiente de busca por investimentos seguros e ativos de baixo risco, a XP demonstrou sua versatilidade ao explorar o potencial da renda fixa. Essa estratégia se mostrou eficaz diante de um mercado volátil, reforçando a importância de diversificar os investimentos para garantir um portfólio equilibrado e protegido contra oscilações bruscas. A aposta da XP em ativos de baixo risco na renda fixa foi um diferencial que contribuiu significativamente para seu desempenho financeiro no período analisado.
Expansão do Lucro Líquido e Investimentos Seguros
Já o lucro líquido, que geralmente é baixo neste trimestre no mercado como um todo, registrou um aumento significativo de 29%, atingindo a marca de R$ 1,03 bilhão. Embora este trimestre não tenha sido o mais lucrativo para a empresa, foi o melhor desempenho já visto pela XP nos três primeiros meses do ano. ‘É um marco histórico em nossa trajetória e demonstra a diversificação de nossos resultados’, destaca Bruno Constantino, CFO da XP.
Avaliada em US$ 11,7 bilhões, a XP encerrou o dia com uma queda de 0,65% no valor de suas ações na Nasdaq. Durante o after hours, por volta das 17h25, os papéis da companhia chegaram a cair 5,83%, mas logo se estabilizaram com uma queda próxima de 2,33% minutos depois.
Apesar do aumento no lucro, o Retorno sobre o Patrimônio Médio (ROAE) da XP no trimestre foi de 20,7%, uma leve queda em comparação com o trimestre anterior, que registrou 21,1%. No entanto, houve um crescimento de 198 pontos-base em relação ao mesmo período do ano passado, quando o percentual era de 18,7%.
A XP destaca em seu relatório que o crescimento da receita foi impulsionado pela vertical de Grandes Empresas e mercado de Capitais, representando um total de R$ 509 milhões – um aumento de 91% em relação ao ano anterior. A receita institucional teve um aumento de 7%, atingindo R$ 354 milhões. No entanto, o destaque ficou para o setor varejista, que registrou um aumento de 22% na receita, totalizando R$ 3,13 bilhões.
O desempenho positivo foi fortemente influenciado pela receita de renda fixa, que mais que dobrou em relação ao primeiro trimestre do ano passado, alcançando R$ 704 milhões. Constantino não forneceu projeções de receita para o ano, mas ressaltou que a renda fixa continuará sendo um dos principais impulsionadores de receita em 2024 devido à taxa de juros.
Além disso, a receita proveniente de investimentos seguros, como cartões, teve um crescimento significativo, com um aumento de 45% para R$ 297 milhões. ‘Os cartões têm se destacado como uma das principais áreas nas novas verticais da XP’, destaca o CFO. O número de cartões ativos aumentou 49% no trimestre, atingindo a marca de 1,2 milhão.
Por outro lado, os fundos multimercado apresentaram resultados mais modestos no primeiro trimestre. O crescimento foi de apenas 1% em comparação ao ano anterior, com uma receita de R$ 316 milhões. Constantino explica que essa diferença se deve a um movimento de migração dos clientes de fundos de ações e multimercado para ativos de baixo risco, que possuem taxas de administração e performance mais baixas.
Em termos de mercado, a XP informou que agora administra R$ 1,14 trilhão em ativos de seus clientes, representando um aumento de 20% em relação ao ano anterior e de 2% em relação ao final do ano passado. O número de clientes ativos cresceu 16%, totalizando quase 4,6 milhões. A carteira de crédito também registrou um aumento de 29%, atingindo R$ 1,5 bilhão.
Fonte: @ NEO FEED
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